Até que em fim o dia de minha alta havia chegado, não agüentava mais ficar naquele hospital, cada minuto que se passava era uma eternidade. Caminhei até a porta de saída do hospital, estava um dia ensolarado, um clima agradabilíssimo. Sai caminhando até a rua. Pelo caminho passei por um parque, onde crianças brincavam e alguns adultos caminhavam. Não estava muito a fim de retornar para casa, então sentei num balanço e comecei a sentir aquela velha sensação de ser criança enquanto observava as pessoas que por ali passavam.
Cada rosto com expressões diferentes, humores diferentes. Havia aqueles que estavam sorrindo para a vida, parecia que não possuía nenhum tipo de problema no mundo, e tinham aqueles q eram mais fechados, reservados. Mas o que me impressionava mesmo eram as crianças, o mundo para elas era um parque de diversões, sem preocupações com nada, a ingenuidade é um dom que Deus deu a criança e que se vai perdendo ao passar dos anos.
Sempre fui filha única, então sempre tive toda a atenção para mim, meus pais me paparicavam de mais. Tinha tudo que queria, nasci em uma família bem sucedida, meu pai era um dos arquitetos mais bem sucedidos de minha cidade, mas apesar de ter tudo que queria, sempre me faltava algo, meu pai sempre trabalhava muito, e quase não passava muito tempo em casa, eu sentia muita falta de carinho paterno, mas quando ele estava comigo, eu aproveitava cada minuto com ele. Minha mãe foi sempre uma mulher bem recatada, bons costumes e se preocupava muito com minha educação, então como ela não trabalhava fora, passávamos horas e horas estudando.
Pena que todos esses momentos não posso mais resgatá-los, pois com 15 de idade, acabei perdendo meus pais em um acidente de carro enquanto os dois vinham de uma festa que estava sendo promovida pela empresa que meu pai trabalhava [Bem, não irei me aprofundar nessa historia, pois ainda me dói muito]
Depois de espairecer um pouco, voltei para casa, tive até medo de entrar, pois fazia dias que não tinha ninguém La, e da ultima vez que fui La estava muito bagunçada. A primeira coisa que fiz foi me servir um Uísque, pois fazia tempos que não tomava nada, além de água.
“Para vencermos na vida, temos que levar vários tropeços, para que quando chegarmos mais na frente, possamos ter aprendido a nos equilibrar. Estou com um pouco de dor de cabeça, alguém tem algum medicamento ai?”
então sentei num balanço e
comecei a sentir aquela velha sensação
de ser criança enquanto observava as
pessoas que por ali passavam.”
[E a gente canta, E a gente dança, E a gente não se cansa
De ser criança, A gente brinca, Na nossa velha infância...
De ser criança, A gente brinca, Na nossa velha infância...
Velha Infância – Tribalistas]
Xoxo Sophia Loren